
Transformação pela Educação: O Encontro que Mudou Minha Caminhada
Neste emocionante relato, a professora Zeliana Valeriote compartilha sua trajetória de superação pessoal e profissional após um AVC, destacando o impacto transformador do Congresso CONEDU 2024 e o reencontro com o propósito através da fala inspiradora da educadora Jailana Saraiva. Uma história de fé, resistência e renovação pela educação humanizada e inovadora.
Zeliana Valeriote
5/2/20256 min read


Caro Leitor,
Hoje venho compartilhar com vocês quem sou e como conheci o trabalho da Jailana Saraiva, uma profissional que inspira inovação na educação, tecnologia e gestão. Me chamo Zeliana Valeriote, tenho 53 anos, sou natural da cidade de Itaperuna que fica na região Noroeste Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Uma cidade que faz divisa com Minas Gerais e Espírito Santo. Moro nesta cidade com a minha família. Sou casada e tenho 2 filhas. A mais velha tem 23 anos e a mais jovem 17 anos de idade. A minha filha mais velha é formada em Psicologia e continua estudando. Sempre gostou muito de ler, do campo de pesquisa e da escrita. Hoje está no Mestrado em “Cognição e Linguagem” na Universidade Estadual do Norte Fluminense. Com alguns artigos publicados segue com suas pesquisas. Durante o percurso como graduanda teve oportunidades de apresentar alguns trabalhos no Congresso Internacional de Psicologia em Assunção, Capital do Paraguai. Posteriormente, levou um trabalho para o Congresso Nacional em Educação – CONEDU em Fortaleza - CE. A mais jovem sempre muito dedicada e estudiosa tem conseguido suas vitórias nos vestibulares para Medicina.
Quanto a mim, sempre fui uma pessoa de muita Fé! Considero Deus, meu amigo inseparável, àquele que me sustenta e mantém de pé! Tenho a formação em Letras – Português/Inglês, e também, Pedagogia. Bem, a formação de uma professora não deve parar por aí. Então, tenho algumas Especializações, como em: Língua Portuguesa; Docência do Ensino Superior; Gestão Escolar com habilitação para Gestora, Supervisora, Orientação Pedagógica e Educacional e Inspetora; Psicopedagogia Clínica e Institucional, e por último, Coordenação Pedagógica. O meu sonho sempre foi fazer o Mestrado, o Doutorado e tornar-me escritora. Mas, como fazer? Se a necessidade de trabalhar, incentivar e manter a família em suas atividades falam mais alto. Após ter as minhas filhas, o sentimento e o desejo de vê-las bem colocadas, me fizeram dedicar exclusivamente ao sucesso delas juntamente com o meu esposo. Considero a família como o meu alicerce e minha inspiração. Um brilho que me contagia, e, me leva a lugares que eu nunca imaginei estar. A família representa emoção e raridade para mim!
Meus pais me educaram de maneira rígida, com amor e responsabilidades. As coisas nem sempre foram fáceis, ao contrário, passei por muitas dificuldades para me formar. Mas, nem por isso, desisti! Diante das dificuldades, aprendi que o melhor a fazer sempre foi olhar para frente e vislumbrar novos caminhos. Então, comecei a trabalhar aos 17 anos de idade, onde estudava, terminando o meu ensino médio, e, paralelamente, dava aula numa escola privada para crianças entre 5 a 6 anos de idade. Desde nova sempre muito responsável! Uma responsabilidade tão grande, que ao longo dos anos e das necessidades, fui sendo consumida pelos excessos do trabalho, e adoeci. O que era maravilhoso, passou a ser um tormento! A Sala de aula me assombrava. Uma angústia constante e um desespero sem fim. Acredito que muitos devem ter o mesmo sentimento sobre o ambiente escolar. Talvez não expressem sua indignação, mas, a alma está gritando por dentro. Assim foi o meu trabalho em sala de aula no ano de 2023. Assumi turmas do oitavo ano que me roubaram a alegria de estar no magistério. Tamanha a falta de consideração, respeito e empatia. E, nessa época fiz várias solicitações para que me tirassem da sala de aula, pois não estava bem. Posso dizer que a infelicidade tinha invadido meu ser. O medo fazia morada nas aulas, e não tinha nenhuma estratégia que eu levasse que pudesse mudar o contexto vivido. Os insultos e desplantes dos alunos me contagiaram de tal forma que me impediram continuar a caminhada. Consegui encerrar o ano com muitas tribulações e bloqueios. Vieram às férias, o que deveria ser muito bom! Emocionalmente estava exausta! Nada me afastava do medo e do sofrimento de angústia. Minha família percebendo os percalços, pensou logo numa viagem. A viagem me fez muito bem, mas, sabia que estaria de volta e teria que viver tudo outra vez. Sem saber quando o tormento iria acabar. Essa era a realidade – o retorno para a sala de aula. O que antes era uma expectativa nova, agora me deixou com um vazio enorme e frustrada. Então iniciamos o ano de 2024, tentando manter o pensamento em metas, ações positivas e transformadoras. Todavia, o corpo deu sinais, e, com duas matrículas, uma como Professora em sala de aula e a outra como Gestora, a saúde não estava apresentando condições para continuar, porém, não podia parar. Até que em um dado momento na sala de aula, as dores foram tão fortes que não aguentei. Ali estava sendo um ponto final para as minhas atividades. Fui levada diretamente ao cardiologista que solicitou imediatamente vários exames que mostraram o que estava acontecendo. Então, veio a resposta: “Você necessita parar.”, pois o quadro não é bom! Você foi acometida por um AVC de Tronco Cerebral. Foi um susto para mim! E, ao mesmo tempo, gratidão à Deus, por não ter acontecido algo pior, vamos colocar assim! Devido ao meu estado de saúde, com muita falta de ar, sem condições de engolir direito, visão embaçada e um certo desequilíbrio, entrei em tratamento. Fui recomendada a fazer fisioterapia da face; relaxamento muscular; fonoaudiologia, por causa da fala, e, dificuldade para engolir; neurologista; psiquiatra e psicóloga. Os tratamentos iniciaram imediatamente, e ao longo dos meses, vimos que fisicamente não havia mais sequelas, porém, os impactos permaneceram na parte emocional. O medo agravou com a insegurança, os esquecimentos de coisas simples, levando-me a achar incapaz de desenvolver minhas tarefas, inclusive, as diárias na minha própria casa. Foi quando os médicos enfatizaram a importância das viagens, de fazer algo diferente e trabalhar um pouco minhas emoções para compreender o que aconteceu, e, como poderíamos recuperar o meu estado normal. Não foi muito fácil! Como minha filha mais velha estava no último período do Curso em Psicologia na UniRedentor - Afya, e, sendo pesquisadora, inscreveu-se para apresentar um trabalho no Congresso Nacional de Educação – CONEDU que aconteceria em Fortaleza - CE no mês de setembro. Como o CONEDU 2024 traria abordagens importantes sobre a Educação, inclusive, a saúde mental dos profissionais desta área, colocando a sala de afeto; oficinas de bordado; temas voltados à Inteligência Artificial e diversas estratégias e metodologias afins, resolvi acompanhá-la nessa maratona, com um único intuito: buscar respostas para o que havia acontecido comigo e como poderia transformar a minha mente.
Foi quando tive a satisfação de conhecer a profissional Jailana Saraiva. Minhas experiências se alinham perfeitamente com tudo o que foi abordado por ela, no CONEDU. Jailana Saraiva foi um espetáculo com suas experiências como Professora e Gestora. Suas abordagens sobre o uso das Inteligências Artificiais e diferentes estratégias na Educação, motivam os profissionais usarem a tecnologia a seu favor, chegando ao aluno de maneira humanizada e criativa. Além de contar com uma apresentação que vive o chão escolar, suas reflexões dialogam com a interdisciplinaridade contemporânea, desburocratizando a caminhada árdua dos profissionais da educação.
Contou com uma alusão plausível à Literatura Realista, um movimento que floresceu na segunda metade do século XIX com autores enfatizando uma análise psicológica dos personagens, trazendo críticas sociais mais próximas da vida cotidiana e dos problemas da sociedade. Jailana utiliza esta referência para levar a todos a uma viagem ao tempo da qual fez parte da sua aula de literatura. Envolveu pesquisa “tecnologia”, disciplinando e orientando os discentes a não plagiarem e identificarem o propósito final da aula que era um teatro onde cada aluno estaria apresentando o seu personagem. Com base nos estudos da literatura, Jailana consegue motivar os alunos e fixar o conhecimento.
Por fim, chama atenção para vivermos a “inovação” não como “tecnologia”, mas como forma para pensar, propor ideias benéficas e efetivas visando um mundo melhor.
Finalizo minha escrita agradecendo aos organizadores do CONEDU 2024 por terem nos proporcionado a honra de conhecer tantos trabalhos inovadores, inclusive o trabalho da Jailana Saraiva que muito contribuiu a todos que tiveram o privilégio de ouvi-la.
“Toda oportunidade tem o valor de transformar uma vida!”
Gratidão!
Um fraternal abraço,
Professora Zeliana Valeriote e Psicóloga Ana Carolina Valeriote.